"Podíamos fazer mais com menos pessoas"

António Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João, voltou ontem ao programa da TVI 24 "Olhos nos Olhos", para defender a exclusividade de todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde e dizer com este modelo é possível fazer o mesmo e melhor com menos profissionais.
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"Temos um problema de produtividade do SNS. É preciso um sistema que garanta produtividade com qualidade. Há várias mudanças que proponho: uma é a ideia de exclusividade, a outra é de avaliação do que se faz e a implementação de políticas de reconhecimento ou incentivo. Podemos discriminar as pessoas pelo trabalho e qualidade do que fazem", disse o responsável, para depois afirmar que com a implementação da exclusividade é possível reduzir o número de profissionais ao serviço do SNS.

"Há muito dinheiro que é gasto com gente que não é produtiva, em fornecimentos externos, na realização de exames externos. Havendo dedicação exclusiva podíamos fazer mais com menos pessoas".

À pergunta da jornalista Judite de Sousa, de quanto menos pessoas poderia prescindir no hospital de S. João, António Ferreira respondeu: "Com dedicação exclusiva podemos fazer o mesmo com menos 20% do pessoal".

Há três semanas, o presidente do Hospital de S. João esteve no mesmo programa, onde falou sobre a produtividade dos médicos. deu como exemplo o hospital que lidera, dizendo que teve cerca de 30 cirurgiões que não tinham ido ao bloco em 2012.

As palavras geraram uma enorme polémica, com criticas do bastonário e dos profissionais. O tema voltou a ser abordado, mas desta vez António Ferreira disse que os cerca de 30 cirurgiões fazem parte de um universo de "500 profissionais de todas as especialidades cirúrgicas".

"Temos um problema de produtividade no SNS e é esse que tenho interesse em resolver. Um problema de produção que cria um problema de injustiça. Temos um conjunto de profissionais do SNS que faz muito todos os anos, que contribuem para o aumento da produção, e depois temos uns poucos que são dispensáveis. Podemos ter melhor produtividade com menor números de profissionais", afirmou.

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